Como posso ter demorado tanto tempo para aprender o rumo?
Hoje choveu. Por conta disso, resolvi mudar de caminho.
Descobri que além de muito menor, havia árvores e uma tranqüilidade que o outro não tinha. Depois, bem no fim da noite, deus resolveu me salvar e colocou o ônibus na minha frente na hora exata.
De manhã cedo foi o contrário até a tarde.
Quase fui assaltada, quase perdi a matrícula, quase perco a hora. Um sentimento arregalado caminhou comigo até o momento em que eu resolvi pegar um caminho para voltar para casa que fosse diferente. É preciso apostar na incerteza.
A minha única certeza, por esses dias, continua sendo a minha dúvida.
A dúvida me tem feito abrir mão de pequenas coisas que antes soavam grandes e desastrosas. Não quero mais esse medo, sabendo que outros virão. Mas não esse.
Não quero mais esse teatro malfeito que encena relações em todos os níveis.
Prefiro o silêncio. Sabendo que algum bom e velho amigo sempre restará.
Não quero mais minhas crises, pois preciso trabalhar pelo mundo e ele não espera, ele nunca pára, pede socorro o tempo inteiro. Chego à conclusão de que ele precisa de mais ajuda que eu.
A alegria está na força do sorriso que era antes impossível.
O menino do assalto da manhã disse que tinha uma pistola. Eu revidei no ato.
- Então atira, porque eu não tenho como virar dinheiro.
Eu tinha algum dinheiro.
Ele não tinha pistola.
E essa foi a segunda vez que eu ganhei na roleta russa.
2 comments:
É incrível a precisão das suas palavras... Parecem instrumentos cirúrgicos no meu cêrebro. Estou agora esperando os dias que você posta aqui. Muito bom Ana Lígia.
só uma coisa: é real ou fictício? saudade. trói
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