Wednesday, June 18, 2008

Domingão

Estou começando a esquecer seu nome.
Não foi você quem me ensinou a não cultivar datas comerciais?
Obrigada. Eu aprendi.
Eu esqueci todas elas.
Pouco importa o dia dos namorados. Seu aniversário.
Estou começando a esquecer seu nome.
Descobri isso quando vi, hoje, um amigo seu e não consegui lembrar do nome. O seu ou do amigo, tanto faz. Se esqueço o dele, é meio caminho andado para esquecer o seu.
Tantos verbos em francês para lembrar para a prova de 2ª feira.
Por que lembrar dos nomes dos seus amigos?
Je ne me souviens pas. Pardon.
Mas não é de propósito, posso jurar se quiser.
É um movimento involuntário que nasceu dentro de mim, desde que fomos embora de nós dois.
Estou te perdendo lentamente de minha memória. Isso me causa alguma dor. Mas é menor, bem menor do que sempre imaginei.
Li na revista a topmodel falando com veemência: nenhum homem vai me fazer sofrer.
Incorporei a frase instantaneamente. Quem não desejaria essa frase para si? Mas há a dor que é melhor que o nada. Quero trocas.
Quem se entregaria, livremente, à dor, sem benefícios?
Será que não estou sofrendo porque não consigo ver os benefícios? E as trocas?
Quero-as... mesmo que o troco seja de alguns vinténs.





A gente dá conta de viver sem a gente.
E isso tudo é muito estranho.





Resolvi que não vou mais tirar sua foto do varal.
Ao invés disso, vou acrescentar duas outras pessoas no mesmo formato.


Não tenho platéia.
Estou sorrindo porque quero.
Tem um dia de sol me esperando lá fora.

Sempre haverá shoppings-centers para pessoas solitárias.
E que nenhum amigo meu pise lá por este motivo! Respeito!

Começo a entender porque minha vida está assim:
É essa porção de roupas que insisto em dobrar pelo avesso.

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