Friday, November 02, 2007

Brasil, brasilis...

Nem sei como foi que consegui chegar até aqui. Na verdade, minhas pernas me trouxeram.

Se tentasse explicar para alguém o caminho, me perderia. Eu vim andando com o corpo da mente ou com a mente do corpo? E tanto faz é uma resposta agora que não importa.

Um homem te parou no caminho:

- A chuva molhou meu pranto!

Logo com você, tão afeita à poesia. E você conta logo para mim, me dando esse presente oneroso. O inevitável que te acolhe diante da vida?

Nem sei quanto tempo se passou...

Quanto tempo faz que olho pro céu, ou quanto tempo digo que tenho o mesmo tempo de irmãs. A nossa família era grande. E as brigas exasperavam meu coração, mas também o deixavam vivo. Eu vou começar a te contar minhas memórias.

Um dia, minha irmã perguntou: o céu tem fim?

...

E eu passei a vida pensando num segundo de tempo, quando respondi:

- Sim. O céu tem fim. A gente vai andando, andando e uma hora acaba.

Ela me olhou como se previsse o mundo e disse:

- O céu não tem fim!
E eu demorei a vida pensando nisso.


Como é quando as coisas não têm fim? É como meu ouvido, com a água sempre me dizendo que está dentro dele?

Como esse mosquito que ousa sobrevoar sobre mim, para sempre?

1 comment:

Anonymous said...

a chuva molhou meu pranto até que a chuva me fiz

A chuva molhou seu pranto também, logo você,
tão feita de poesia
ma cherie...