Tuesday, April 03, 2007

para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem

a sorte de um amor tranquilo atacou a menininha, cazuza.
já não anda só pelas ruas. anda nação!
espírito de família, de almoço aos domingos.
é: uma cena de domingo caminhando em plena segunda-feira.
procurou oração ao tempo tempo tempo tempo para ouvir, mas não encontrou. até o tempo fugiu de si?
agora, rouba as horas de trabalho dos outros, martelando teclas que escrevem livros de poemas, livros de nada, de coisa nenhuma.
anda lutando com as palavras enquanto caminha pelas calçadas, procura verbetes, conexões com a língua, acha a língua absurda, cansada...sem muita dobra. mas sabe que a incompetência é dela, despida das roupas e das armas de Jorge...os inimigos alcançam,,,,
eles correm atrás da minininha...
agudos
e fazem ela suar muito!
ela continua correndo, facas e espadas triscam seu corpo,
mas eu não deixo, não deixo, não deixo, não deixo...

1 comment:

Maryllu said...

Lindo esse poema-prosa! Tem pegada! Ritmo de pesadelo e gosto de memórias de outras eras - ou desta - onde todos estamos ligados, a elas, uns aos outros. Belo!