Saturday, July 14, 2012

Dos posts autobiográficos (presente após a mnemônica para Glauber)



(Artur Giorgi . Estudo para sustentação da linha. Garafunha 14) 

"Ela cultivava plantas venenosas e hábitos estranhos e não acreditava nos amores hiperbólicos dos poetas de São Paulo. Desejava apenas que o amor fosse devoto, que furasse os olhos com uma agulha finíssima e ponteaguda e costurasse as pálpebras para não ver que ela envelhecia à espera da próxima estação, onde afinal saltaria de vez. Danação lenta por necessidade.  Ela procurava ler nas cartas da Ilha o desenho-desígnio de uma Ipanema sem sol, da  vida como literatura, do trabalho da citação, a boneca de um livro jamais escrito, enquanto anotava as violências sutis e invisíveis dos amores contrariados. A cabeça latejava do lado direito fantasia atada por uma corda vermelha à fantasia do Outro. Aquilo tudo parecia uma con-ficção com um coração alheio.
Posted 7 hours ago by ana chiara"


No comments: