Monday, February 28, 2011



Muito peso: foi o que eu carreguei todo esse ano.
Bagagens, idas sem volta para lá e para cá, livros e objetos esquecidos.
Mexi muito no passado por esses dias.
Mexer no passado não é coisa para maricas, assim como envelhecer é coisa de gente que se permite ser surpreendido.
Estou cansada de carregar a vida nas costas.
E talvez seja por que estou cercada por um sentimento abusado diante da vida.
Old times. E não foi sempre assim? A alegria um luxo. Felicidade, então, nunca.
Yes, babe, too blue.
Os pássaros não pararam de cantar, apesar dos meus olhos em brasa.
E é preciso que ninguém veja esse, mais esse e esse e esse.
Esse sentimento que eu carinhosamente apelidei de “one of a kind”.

3 comments:

Ana Carolina said...

E por que insistimos em carregar tantas coisas? São apenas coisas, não têm tanta importância assim: papéis acumulados, livros que jamais serão relidos, roupas que não serão usadas, souvenirs...

Aiaiai, eternos seres apegados à matéria que, paradoxalmente, modela nosso espírito. Mas o mundo é assim mesmo: concreto, duro e frio, com lapsos de afeto ou alegria, como queira.

E é assim desde que é mundo, essa é a essência que nos universaliza.

"Aqui tudo dá ao pensamento asas, movimentos e dimensões atmosféricas! ... as nuvens no alto, a imensidade da atmosfera infinita! Na terra estamos atados a um ponto morto e encerrados no círculo estreito de uma situação... Alma minha, como te encontrarás quando saíres deste mundo?" (Herder)

M. said...

Eu tenho vontade de te abraçar.

AF said...

Eu tambem...