Wednesday, August 11, 2010

nove de agosto

nenhum telefonema
e eu viajei duas horas para uma baixada sem
nem ao menos ter pregado os olhos essa noite.
são quase sete.
e estou cansada de perder.
especulo motivos e crio danças para os meus erros que devem se converter em aprendizados.
abafo um mosquito que pousa sobre o meu casaco.
eu também, mosquito, eu também.
eu sou um nada como você, centrada no meu universo verde que me tem como centro.
não tenho como dar telefonemas.
minhas olheiras assustam os passageiros do metrô.
ainda bem que o meu vagão corre um pouco mais vazio.
ah, a primavera - a primavera que se insinua, esse vento me cortando em seu fim.
vou ter de procurar um outro lugar para sonhar, pois o meu corpo me assusta.
um senhor no metrô me encara frontalmente.
mordo os lábios para não chorar.

1 comment:

Rubem Jr said...

Nossa, como escreve bem esta poetisa! Belo texto, sem querer julgar o mérito! ;)

Tô com um blog novo:
http://bahianocanada.blogspot.com/

Dá uma olhada lá.

Saudades...

Bjão.

Rubinho