
A Guerra é sempre a pior proposta. Homens, de bem ou do mal, deveriam todos refutar o absurdo da guerra.
Sua estética, suas cores, sua dança e sua valsa. Era disso que falavam os manifestos futuristas, eles brilhavam a maquinização da vida, acreditavam no tanque de guerra.
Há algum tempo, vendo coisas fortes, coisas boas e coisas fracas, às vezes igualmente fortes – coisas fracas-fortes – eu tive a sensação de que, com a guerra, perde o meio-ambiente, perde o homem, perde a indústria, e essa máquina não pode funcionar direito.
Hoje eu vi Valsa com Bashir. Um filme-animação que no quesito forte é forte-forte.
Walter Benjamim já havia dito: os soldados voltam mudos da guerra. Como se, depois de tanto terem visto, a palavra, a memória, o narrador, fossem elementos sem o menor sentido. A vida, chocante, continua. Não é possível narrar os fatos: eles são irreproduzíveis e, ademais, há um transtorno que leva ao esquecimento.
Se Barthes disse que lembrar é esquecer, esquecer é viver na penumbra do que existiu e do que existe como vaguidão em nossas memórias.
Mas nenhum soldado esquece de sua guerra. Haverá sempre um fragmento sintetizador daquela dor transfigurada em irrealidade.
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