Monday, October 01, 2007

A poesia me acomete, quelque fois, tous le temps...

O que se sabe sobre a moça de guarda-chuva de bolinhas brancas?
O que sei eu sobre o moço tatuado?
Dele sei apenas sobre o timbre de voz e que coça a cabeça de vez em quando.
Nada sei sobre a moça cujo rosto não vejo, apenas o cansaço do cabelo se dissolvendo em negras nuvens.
O homem de camisaverdelistrada repara o peso dos meus cílios voltados para ele. Volta a cabeça de lado e eu descubro sua barba malfeita.
Ainda nada sei sobre todos estes que andam ao meu lado enquanto ando.
Ah...poesia. estava com tanta saudade de ti.
Chega dói meu coração quando você o toca com sua pressa para me fazer ser gente, me traz de volta para a vida, para um canto guardado onde resolvi inesperadamente me sentar.
Também passeio sentimentos avestruzes.
Também sinto falta de vezes, inonimáveis.
Quando você me toca, meu coração travesso sorri. Eu te maltrato a vida.
Depois, arrependida, sorrio para o síndico, o cínico, para o importante
e não faço mais nada de ti.

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